Memórias da mobilidade arranhoense
Este postal é uma bonita recordação de um exemplo de arranhoense empreendedor, uma personalidade ímpar.
O Augusto da Encarnação Assis tinha nos anos 40, como alguns ainda recordarão, um negócio em Arranhó, junto da Estrada Nacional N115, mesmo em frente do “rio das mulheres”.
Ainda hoje podemos conferir pormenores que o mostram “muito à frente da época”: a sua casa tinha um passeio bem generoso em frente da loja, para poder acolher as pessoas que saíam da Camionete da Bucelense (era ali a paragem de Arranhó), assim como as mercadorias e encomendas que vinham despachadas de Lisboa, ou de Bucelas.
Recordamos que até 1974, os transportes públicos para Arranhó eram assegurados pela empresa de camionagem Auto Viação Bucelense. Haviam carreiras vindas de Lisboa, passavam por Bucelas, e seguiam para o Sobral até Torres Vedras, passando por Arranhó; e, carreiras que vindas de Bucelas, na Quinta do Paço seguiam por Ajuda, com destino a Arruda dos Vinhos.
O Augusto da Encarnação Assis teve na loja um dos primeiros telefones em Arranhó, que disponibilizava sempre que alguém tivesse necessidade ou urgência. Era uma pessoa evoluída que assinava jornais, como a Vida Ribatejana, e até se tornou, pelo que podemos constatar através desta foto, em Agente daquela prestigida empresa de transportes de passageiros na aldeia de Arranhó.
Se pensarmos um pouco, todos concordaremos ser o Augusto Assis uma pessoa com vistas largas e inovadoras, pois até lhe foi atribuído o cartão número um de Agente!
É para nós sempre um prazer resgatar do esquecimento factos e pessoas que marcaram a história da nossa comunidade, sobretudo numa época em que as pessoas nem sequer têm consciência do pouco que sabem sobre Arranhó. Este cartão é mais uma preciosidade na nossa história comum, e estamos muito gratos ao António Raimundo Assis pela sua generosidade de partilhar connosco esta bela recordação..
#MobilidadeArranhoense
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz