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Postal de Arranhó N° 007: “Os caminhos da aldeia”

Esta bonita foto permite-nos mostrar como eram no passado os caminhos (as ruas) da aldeia de Arranhó.

Muitos não fazem naturalmente ideia como era, mas nos anos 40 a Estrada Nacional que atravessava Arranhó, era com pavimento macadame, isto, é com camadas de touvenant e cascalho, e as ruas da aldeia eram em terra em bruto.

A aldeia tinha, digamos, dois grandes eixos que se cruzavam em xis: um, vinha desde o Rossio, da casa do Francisco Brincatudo, cruzava a estrada nacional e subia até às casas do António José Rodrigues e do Manuel da Eira velho; o outro, partia das casas da Maria Munhoz e do Manuel Loura, à beira da Estrada Nacional, e subia até à igreja. Estes dois eixos estavam ligados entre si, entre a casa do José Lopes e a da Maria Sapateira. Uma das curiosidades é que permitiam o acesso da população às fontes de água. Outra curiosidade, é que no final destes caminhos se encontravam logo as courelas, as hortas, as vinhas, e as eiras.

Com o primeiro eixo coincidem hoje a Rua do Rossio, a Travessa da Padaria, e, a Rua 5 de Outubro. O segundo eixo é hoje a atual Rua de São Lourenço. O caminho de ligação entre aqueles dois eixos principais é a atual Rua da República.

Só nos anos 50, a Estrada Nacional foi alcatroada, mas o interior da aldeia permaneceu como estava. Nos anos 60 foi calcetado um pequeno troço no interior da aldeia, havendo um progresso lento nas condições até meados dos anos 70.

Como se pode observar na foto, eram caminhos rústicos de terra e pedregosos, poeirentos ou lamacentos, conforme a época do ano. Eram também muito comuns nestes caminhos da aldeia, os ‘presentes’ da passagem dos rebanhos de ovelhas, dos cavalos, e das vacas ou bois, que eram levados à fonte do Rio das Mulheres ou à fonte do Zé Abegão para beberem água.

Para além dos referidos eixos haviam alguns outros caminhos pedonais, quase carreiros, em terra batida: um para acesso ao Outeiro, outro na direcção da Escola Primária.

A ligação entre a aldeia de Arranhó e o lugar de Ajuda fazia-se por um pedregoso caminho de terra que mais tarde foi pavimentado a macedame.

A maioria das ruas atualmente existentes só foram rasgadas no final dos anos 70, e o seu alcatroamento nos anos 80.

A foto que apresentamos é no cruzamento da Rua da República, com a rua dos Sapateiros (à esquerda) e a Rua do Espargal (à direita). À direita vê-se um pouco da oficina de sapateiro do meu avô Manuel Brincatudo. Ao fundo pode ver-se o portão e o pátio onde viviam o Sebastião Caralinda e a Maria Joaquina Gonçalves. Mais tarde, nesse pátio se construiu a primeira sede do Centro Social CESFA.

A cavalo no macho, está o meu tio Manuel Domingos Soares da Encarnação com o sobrinho.

#AmbienteSociedade

© DIREITOS RESERVADOS, Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz

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