Redescobrindo Arranhó nos escritos de Irene Lisboa (1892-1958)
«Certa manhã, seria domingo, dia de festa? Ela saiu para a estrada e da estrada, com aquela impressão de liberdade furtiva e aguda que lhe entrava no corpo, posto o pé fora da quinta, achou o campo maravilhoso. Nunca lhe parecera e nunca mais lhe pareceu tão radioso o ar, tão linda a floração campestre, tanta novidade em tudo, como naquela ocasião. Lembrando-se de tão especial sensação ou surpresa, põe naquela data, que foi a dos seus treze anos iniciados, uma ideia de eclosão nítida da vida ou do mundo.»
Irene Lisboa, no seu livro de novelas, “Voltar Atrás para Quê?”, de 1956.
Comentários:
[1] Este trecho é muito interessante pelas referências directas às suas memórias vivênciais em Arranhó; a quinta a que a escritora se refere poderá ser a Quinta da Murzinheira onde nasceu, ou, a quinta de Monfalim, ambas propriedade da sua madrinha D. Maria Guilhermina da Conceição Chaves. A estrada citada será a estrada municipal M533, que sai da EN115 servindo os lugares de A dos Arcos, Pedralvo, Batalha, Caneira, Paço, até Pontes de Monfalim.
[2] podem encontrar-se mais pormenores e informação interessante sobre Irene Lisboa na página https://sibilante.blogs.sapo.pt/
E assim se vai fazendo história na divulgação desta filha da terra…
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz