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Postal de Arranhó N°136: “4475, Licença para caçar”

Nos dias de hoje, talvez resultado da cultura urbana dominante, enfraqueceram algumas atividades que noutros tempos eram algo perfeitamente natural, integrado com a natureza onde se vivia. Uma dessas atividades, com imensos adeptos aqui na nossa região, era a caça.

Naturalmente haviam já então regras de habilitação para o exercício da caça, para o uso e porte de arma, e, um calendário estabelecido para cada uma das espécies ao longo do ano.

Podemos mostrar aqui um exemplar de uma Licença para Caçar, datada de 1942.

O original, impresso na frente e no verso, tem o formato de 130x90mm, e podemos ler que é «um modelo original da Imprensa Nacional de Lisboa».

Já na altura se verificava uma especial atenção à habilitação para este fim, pois as licenças eram emitidas pelo Município, mas exigiam como se pode ver, a aplicação de selo branco, quer do Município, quer da Comissão Venatória Regional.

Como de resto se pode ler no próprio cartão: “esta licença não dá direito a uso de armas”; uma vez que para isso havia uma regulamentação específica.

Vivemos agora a época da digitalização, mas antes disso a validação e a autenticação oficiais passavam pelo uso de selo branco.

Recordamos que os selos brancos era de uso exclusivo do Estado ou entidades equiparadas, usados para autenticação de documentos em papel, algo que é frequentemente exigido por lei.

Os selos brancos eram constituídos por um cunho e um contracunho, montados em prensas, e por isso ficavam bem vincados no documento.

Podeis neste caso verificar que esta licença era concedida ao Manuel Ferreira, de 37 anos, casado com a profissão de Capataz de estradas e residente em Arranhó. Foi concedida em 17 de Setembro de 1942.

Finalmente um aspecto curioso: a licença apresenta uma marca ao centro, sinal de ser costume usá-la dobrada na carteira ou no bolso da camisa.

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz