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Postal de Arranhó N° 303: O inesquecível Zé Cacilheiro

Os bailes com a Orquestra Os Bem Entendidos de Arranhó deixaram fundas saudades em todos aqueles que neles puderam participar.
O seu reportório de músicas era muito apreciado por todos, gerando um ambiente positivo de alegria e união na comunidade. A Orquestra beneficiava também de ter no seu elenco um reputado vocalista, o António Raimundo dos Reis.

Recordamos hoje um dos temas famosos do reportório que a Orquestra apresentava nos bailes, chamado ZÉ CACILHEIRO.
Era um tema que tinha conhecido um grande sucesso nacional na revista ‘Zero, Zero, Zé – Ordem para pagar’, no Teatro Variedades, em 1966, cantada pelo famoso actor José Viana.

Como era habitual, o grande Mestre Mário Martins escreveu e adaptou a música para poder ser tocada pelos Bem Entendidos, tornando-a um fado-marcha, e esta tornou-se de imediato um enorme êxito nos bailes, cantada de forma inesquecível pelo saudoso António Raimundo dos Reis.

Recordamos aqui a letra desta bonita canção, recordando boas memórias locais: [1]

ZÉ CACILHEIRO

Quando eu era rapazote
Levei comigo no bote
Uma varina atrevida
Manobrei e gostei dela
E lá me atraquei a ela
P’ró resto da minha vida
Às vezes uma pessoa
A saudade não perdoa
Faz bater o coração
Mas tenho grande vaidade
Em viver a mocidade
Dentro desta geração

refrão: Sou marinheiro
           Deste velho cacilheiro
           Dedicado companheiro
           Pequeno berço do povo
           E navegando
           A idade foi chegando
           O cabelo branqueando
           Mas o Tejo é sempre novo

Todos moram numa rua
A que chamam sempre sua
Mas eu cá não os invejo
O meu bairro é sobre as águas
Que cantam as sua mágoas
E a minha rua é o Tejo
Certa noite de luar
Vinha eu a navegar
E de pé, junto da proa
Eu vi, ou então sonhei
Que os braços do Cristo-Rei
Estavam a abraçar Lisboa

Notas:
[1] a letra original é da autoria de Paulo da Fonseca, e a composição musical original é de Carlos Dias.

#PatrimónioMusical

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz