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Postal de Arranhó N° 264: Oito de Setembro

Memórias da festa de Nossa Senhora de Ajuda

Talvez nem todos saibam que a festa de Nossa Senhora de Ajuda tem vários pormenores e rituais iniciáticos que se foram consolidando e tornado ao longo dos anos em “tradições”, que realmente dão uma identidade singular a estas festas: a inscrição prévia para pegar no andor principal, o vestir da imagem, a reserva dos andores com lencinhos, a ofertas, etc.

Gostava de sublinhar aqui um facto singular: a festa é feita sempre à volta do dia da festa litúrgica da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de Setembro, e as Comissões de Festas não se incomodam com o dia da semana em que calha em cada ano.
Assim, nestas festas nunca se procurou o fim de semana para procurar ter mais gente. É realizada sempre naqueles dias, e a população, os crentes e os peregrinos nunca esmorecem nem falham naqueles dias.

É particularmente marcante o dia 8 de Setembro, dia do majestoso cortejo processional entre a igreja paroquial de São Lourenço de Arranhó e a capela de Nossa Senhora em Ajuda. Nesse dia, seja qual for o dia da semana, e muito embora seja um facto que a prática cristã tenha arrefecido entre nós, a afluência de povo não se ressente, e é sempre um dia de louvor a Deus e à mãe do Salvador do Mundo.

A religiosidade popular, a devoção popular, são suficientemente fortes para convocar e acolher os corações atribulados daqueles que acorrem todos os anos, e lhes oferecer a misericórdia de Deus.

A Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda tem sabido manter, provavelmente com momentos de hesitação, este fundamental traço cristão ao longo dos anos, não cedendo à “ditadura da inovação” e da “modernidade”. É preciso sabedoria para oferecer um programa profano que agrade às pessoas, mas ao mesmo tempo manter um forte programa religioso que é a razão de ser da festa.

E é assim que toda a gente sabe que os dias de festa são sempre 7-8-9 e 10 de Setembro.

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz