Ao longo das gerações há hábitos e procedimentos que permanecem, e há os que se vão perdendo no tempo e na memória.
Um elemento que foi durante décadas, até aos anos 40, fundamental na toilete das mulheres arranhoenses foi o lenço de cabeça.
Era um acessório que protegia das intempéries, e também visto como um sinal de recato.
Na adolescência, as raparigas começavam a usar lenços coloridos e com padrões semelhantes aos da foto, de lã ou algodão, continuando a usá-los depois de casar. Para o trabalho no campo eram muitas vezes escolhidos de cores mais escuras, em dias de festa os estampados coloridos. Era usado durante todo o dia, em todas as estações do ano, e raramente a mulher mostrava o seu cabelo.
Solto ou cingido, a sua posição e arranjo dependia do uso e gosto da mulher. As duas pontas laterais do lenço, enlaçavam-se: nó à frente; nó atrás na nuca; do queixo para a nuca; nó pousado no cimo da cabeça… O chapéu de palha, amplo e de abas largas, colocado sobre o lenço, protegia-a do sol.
A cor mudava para o negro em caso de falecimento de familiar ou parente.
Foi uma moda que só começou a conhecer alguns sinais de mudança nos anos 60, mantendo-se nas gerações mais idosas até mais tarde.
Na atualidade os ranchos da nossa zona, o Podas e Vindimas de Arruda, os Ceifeiros da Bemposta, e o Grupo de Danças e Cantares da Seramena, ainda preservam e apresentam estes lenços e vestuário usados na região.
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz