Pular para o conteúdo Pular para a barra lateral do Vá para o rodapé

Postal de Arranhó N° 242: Os ofícios de ferreiro e ferrador


Arranhó tinha, como é comum no mundo rural, animais para ajudar a vida quotidiana como o boi, o cavalo, o burro, o macho ou a mula. Consequência disso haviam ofícios apropriados para ajudar os arranhoenses a cuidar dos seus animais, e, nas ferramentas usadas nas tarefas agrícolas.

Eis porque em Arranhó tínhamos até final dos anos 60 um Ferreiro, e um Ferrador.

Recordamos que o ferreiro era a pessoa que criava objetos de ferro ou aço forjando o metal, ou seja, através da utilização de ferramentas como o fole, a forja, a bigorna, martelos, dobra e corta o ferro pré-aquecido para o moldar e dar a forma pretendida. O último ferreiro chamava-se Manuel, e era de Arruda. Fabricava enxadas, forquilhas, picaretas, pás, sachos, e outros utensílios. A sua oficina era localizada na atual rua da Junta de Freguesia.

Por sua vez o ferrador, muitas vezes associado ao ofício de ferreiro que na sua oficina forjava as ferraduras adaptadas às características de cada animal, dedicava-se à ferragem dos animais. E em que consistia a ferragem?
A ferragem de um animal iniciava-se com a retirada da antiga ferradura, seguia-se a limpeza e o aparar dos cascos, com o “corta cascos”. A nova ferradura era então colocada e presa com cravos, num processo designado como de “atarracar a ferradura”.
Por último, rebatia-se e cortava-se as pontas dos cravos que prendem a ferradura à pata do animal. A derradeira operação consistia em “grosar” os cascos com a ferradura já presa, para que houvesse uma boa adaptação ao casco do animal.

Afinal uma boa colocação da ferradura significava uma maior protecção dos cascos e tal facto repercutia-se numa maior longevidade do animal.

Às unhas dos bois eram aplicados os chamados canelos, e aos cascos de cavalos, machos, burros, as chamadas ferraduras.

Tínhamos o José Ferrador e o Miguel Ferrador, com oficina à entrada de Arranhó na estrada vinda de Bucelas.
O Zé Ferrador era casado com a Deolinda Assis e pai da Irene Assis.

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz