Pular para o conteúdo Pular para a barra lateral do Vá para o rodapé

Postal de Arranhó N° 207: Carlos Alberto Alves Lourenço

CARLOS ALBERTO ALVES LOURENÇO
(n. 26-02-1947, f. 28-03-2004)

Evocamos hoje a memória de mais um arranhoense notável.

Conheci o Carlos Alberto Alves Lourenço através do meu tio Francisco Soares da Encarnação. O Carlos era uma pessoa muito afável, de grande simplicidade, e muito discreto. Da sua grande ligação afetiva à família e a Arranhó resultou uma sua excelente e preciosa Monografia da Freguesia de Arranhó, que eu tive o prazer de ler no original dactilografado.

Pacientemente foi escutando e gravando as recordações de seus familiares mais idosos, procurou informação, fotografou, organizou a informação dum modo consistente. Era engenheiro mecânico de profissão, e graças à sua generosa disponibilidade, teve um papel fundamental na vida associativa ao assumir a resolver o problema que então se colocava dos projetos de eletricidade necessários para o licenciamento e a instalação elétrica do novo edifício sede da Sociedade União Recreativa Arranhoense (SURA), o atual URDA.

Para as novas gerações, partilhamos o comovente e inspirador testemunho da sua irmã Maria José, sobre este nosso notável conterrâneo:

«Ele foi um bom filho, um bom irmão, um bom esposo e um bom pai e seria um bom avô se tivesse tido tempo. Foi um estudante exemplar, teve sempre no quadro de honra e recebeu prémios da Fundação Gulbenkian, licenciou-se em engenharia mecânica. Trabalhou, desde sempre na conceituada firma Manuel J. Monteiro & Cª, Lda, sendo responsável, além de outras, pelo sistema solar. Tinha uma cultura muita boa, viajou muito, adorava música clássica e os anos 70, óperas, concertos, e, cinema. Era muito recatado, muito poupado nas coisas supérfluas, tanto a nível monetário, como em conversa, era educado, mas não muito falador. O meu pai costumava dizer que o Carlos nem demonstrava o que sabia, por ser tão contido. Gostava muito de escrever, tem todas as viagens, transcritas em livros encadernados, com todos os pormenores, fotos, comentários, bilhetes, tudo o que ele achou interessante. Quando pensou em escrever a monografia das famílias da Arranhó, passou um bom pedaço de tempo a fazer entrevistas aos idosos sobre as suas vidas e familiares, bem como na Torre do Tombo.»

Como podem conferir, teve uma vida inspiradora, apesar da sua grande simplicidade que aqueles que o conheceram certamente se recordam.

Esperamos que este Postal vos motive ainda mais a sugerir e a ajudar-nos a dar a conhecer o muito de bom e de bonito que temos a guardar na nossa memória coletiva. Um agradecimento à paciência e à generosidade da Maria José Rocha e Silva sem a qual não teria sido possível oferecer-vos este postal..

#Personalidades

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz