A foto que publicamos faz parte duma publicação recente do Gabinete de Estudos Olisiponenses. E porque razão a replicamos aqui num postal?
Por três razões, em primeiro lugar, porque nos apresenta informações interessantíssimas sobre a Lisboa medieval. Em segundo lugar, porque também podemos relacionar esta mesma informação diretamente com Arranhó. De que forma?
Porque a paróquia de Santa Maria de Alcamim, situada no então designado “Arrabalde Ocidental” de Lisboa, deu lugar a São Cristóvão [1]. E a nossa paróquia de São Lourenço de Arranhó estava então subordinada a esta última, a paróquia de São Cristóvão em Lisboa.
Em terceiro lugar, uma curiosidade mais, um dos investigadores de história citados, Mário Farelo, tem uma ligação parental a Arranhó, e trabalhos científicos sobre a nossa terra como já divulgamos noutro postal.
Há pois muitos aspetos culturais relevantes a justificar este postal. Assim, passamos a transcrever na íntegra a legenda original da foto do Gabinete de Estudos Olisiponenses, que muito vem enriquecer o nosso conhecimento da história medieval de Arranhó, que, como já divulgamos, fez parte do chamado Termo de Lisboa desde os primórdios.
«As 23 Paróquias de Lisboa
Algumas décadas depois da conquista de Lisboa por Afonso Henriques e os cruzados, a estrutura paroquial da cidade estava plenamente formada. Em 1191, existiam já 23 paróquias que se estendiam pela cidade, sem contar com outras tantas no seu termo. A explicação para um tão espetacular florescimento da estrutura paroquial reside no facto de que esta já existia parcialmente, sustentada tanto nas várias igrejas moçárabes que existiam durante o domínio islâmico, como numa muito habitual e metódica substituição da rede de mesquitas anterior por igrejas paroquiais.» [2]
Notas Diversas:
[1] invocação do mártir São Cristóvão de Lícia (251 dC, Anatólia).
[2] Bibliografia:
SILVA, Manuel Fialho, Mutação urbana na Lisboa Medieval: das Taifas a D. Dinis, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, 2022, pp. 68-83.
FARELO, Mário, “In the city and countryside: the establishment and definition of the parish network in the diocese of Lisbon (12th -15th centuries)”, Espacio, Tiempo y Forma, 36, 2023, pp. 105-122.
Imagem:
As freguesias medievais de Lisboa (SILVA 2022, p. 72)
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