redescobrindo Arranhó nos escritos de Irene Lisboa (1892-1958)
Apesar do notável trabalho de divulgação levado a cabo pelo Externato de Arruda e pela Biblioteca Municipal, persiste em Arranhó uma inaceitável indiferença e ideias erróneas sobre esta filha da terra.
A realidade é que Arranhó está em dívida de reconhecimento e gratidão para com esta sua ilustre conterrânea, notável educadora e pedagoga, escritora, e poeta.
É muito significativa, a propósito, esta passagem dum dos seus poemas publicados na conceituada revista Seara Nova sob o pseudónimo de João Falco:
«Parecem-me amáveis estes saloios,
e também os marítimos.
Tão pobres!
Não têm ideais nem espírito…
E até há os que pedem esmola.
Contudo,
parecem-me amáveis, pacíficos.
Eu creio que os entendo.
Os nossos olhos não mentem.
E penso muitas vezes:
sou de um ramo destes,
esta é a minha gente.»
in Paula Mourão, Folhas Soltas da Seara Nova, p. 179, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1986
Notas:
[1] Nesta passagem Irene Lisboa é inequívoca na ternura que sentia pelas suas origens e os seus conterrâneos: «E penso muitas vezes: sou de um ramo destes esta é a minha gente.»
[2] podem encontrar-se pormenores e informação sobre a vida e obra de Irene Lisboa na página https://sibilante.blogs.sapo.pt/
E assim se vai fazendo história na divulgação desta filha da terra…
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz