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Postal de Arranhó N° 124: “Sentenças sobre a vida quotidiana”

Nos dias de hoje vive-se um ambiente de falta de paciência, e de pressa, nas novas gerações que deixa pouco espaço à escuta e à reflexão. É contudo interessante darmos atenção àquilo que em Arranhó era muito comum os mais jovens começarem ouvir aos mais velhos, através de ditados, ideias fundamentais sobre a vida.

A oralidade não tem hoje a mesma força, mas vale muito a pena recordar e preservar toda a riqueza deste património cultural, que não sendo exclusivo de Arranhó, orientava de facto a mentalidade arranhoense.

Aqui temos algumas dessas lições de sabedoria e vida:

– Depressa e bem não há quem.

– Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.

– Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele.

– Água mole em pedra dura tanto dá até que fura.

– A galinha da minha vizinha é sempre melhor que a minha.

– Cada cabeça cada sentença.

– Muito riso pouco siso.

– Gato escaldado de água fria tem medo.

– A boa cama que fizeres nela te deitarás.

– Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.

– Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.

– No melhor pano cai a nódoa.

– Para bom entendedor meia palavra gasta.

– Imita a formiga e viverás sua fadiga.

– Enquanto o pau vai e vem folgam as costas.

– Tão ladrão é quem vai à horta como quem fica à porta.

– Mais vale só do que mal acompanhado.

– Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

– Quem muito fala pouco acerta.

– Nem tudo o que luz é ouro.

Era muito comum no dia a dia um ralhete ser dado com: «A boa cama que fizeres nela te deitarás»; ou uma repreensão ser feita com: «Filho és pais serás como fizeres acharás».

Estas sentenças portadoras duma enorme vivência e sabedoria, ouvidas repetidamente aos avós e aos pais e explicadas por eles constituíam inesquecíveis momentos de diálogo e partilha familiar.

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz