Cancioneiro arranhoense
Eram muito comuns noutros tempos os improvisos para temperar a dureza dos trabalhos no campo. Havia sempre alguém pronto para cantar uns versos e assim entreter o grupo que labutava.
Vamos mais uma vez recorrer ao valioso trabalho de recolha do nosso conterrâneo Carlos Alberto Alves Lourenço. [1]
«Duas quadras dedicadas a Arranhó, a primeira ouvida por G da C, [2] quando gaiata, a segunda retirada do Boletim da Junta da Província da Estremadura, II série, número XVIII, pág. 298; acerca da tradição da Serração da Velha em que o autor chamou cantigas geográficas, entre quadras de oito povoações pode-se ler uma dedicada a Arranhó.
A Contradinha é uma rosa
Admoirão é veludo,
Santiago é pedra fina
Arranhó desbanca tudo.
G da C
Sou filho da minha mãe,
Sou neto da minha avó,
Não há pernas que me tirem
Deste lugar de Arranhó.»
Notas:
[1] LOURENÇO, Carlos Alberto Alves | Monografia da Freguesia de Arranhó | manuscrito dactilografado | 1976.
[2] abreviatura usada pelo autor no seu trabalho e apresentada assim; “Gertrudes da Conceição (Estrudes Quita), analfabeta, nascida e criada na Serra de Alrote, mora em Arranhó há mais de 50 anos.”.
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz