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Postal de Arranhó N° 110: “Cantigas antiga a Francisco Simão”

Cancioneiro arranhoense

Continuamos no tema das cantigas que ocorriam no decorrer das tarefas no campo, usando o valioso trabalho de recolha do nosso conterrâneo Carlos Alberto Alves Lourenço, [1] que, com paciência e método, escutou e transcreveu imensas recordações que procurou registar entre os seus familiares mais idosos.

«Francisco Alves, pai de G da C, [2] nasceu em Arranhó em 1851, Era sapateiro e morava na Serra de Alrote. Quando aprendeu o ofício, alguma coisa lhe não correu muito bem, porque logo alguém teve o cuidado de lhe dedicar os versos que se seguem:

Mestre Francisco Simão
Também tem os seus fregueses,
Foi aprender a sapateiro,
Saiu pronto em seis meses.

Foi à casa do Zé Duarte
Buscar sola e cabedal.
Chegou a casa, retraçou
pra uma banda e pra outra,

Fez uma perca geral.
                             G da C

Outra versão diz;

Comprou solas e cabedais.
Meteu uma bota à forma,
Não foi capaz da tirar mais.
                                   BAG [3]»

Notas:

[1] LOURENÇO, Carlos Alberto Alves | Monografia da Freguesia de Arranhó | manuscrito datilografado | 1976.

[2] abreviatura usada pelo autor no seu trabalho e apresentada assim; “Gertrudes da Conceição (Estrudes Quita), analfabeta, nascida e criada na Serra de Alrote, mora em Arranhó há mais de 50 anos.”.

[3] abreviatura não identificada pelo autor no seu trabalho,

#CancioneiroLocal

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz