Cancioneiro arranhoense
Esta marcha é mais um marco inesquecível do cancioneiro arranhoense, que suscitou momentos de convívio inesquecíveis em várias gerações.
Trata-se de mais um inspirado trabalho original da dupla, mestre Mário Martins (música) e a sua filha Maria de Lurdes Martins com a letra.
Em 9 de Abril de 1950, no Domingo de Páscoa, tem lugar na Sociedade União Recreativa Arranhoense (SURA) a estreia dum acto de Variedades por um animado grupo de amadores, rapazes e raparigas, ensaiados pelo Mestre Mário Martins.
O espectáculo teve tal sucesso que teve de ser repetido devido à enchente.
Aí foi estreado o célebre “Vira da Romaria” que se tornou de imediato um sucesso.
A melodia e o letra arrebataram os corações, e passou a ser mais um número incontornável no reportório dos bailes dos Bem Entendidos, com o António Raimundo dos Reis a cantar de forma arrebatadora. Este Vira tem sido também retomado para fazer parte do alinhamento de vários espectáculos do Grupo Cénico:
VIRA DA ROMARIA
Quando eu vinha da ceifa
Fartinho já do calor
foram-se logo os suores
Ao ver-te meu querido amor
Foi nesse dia, Maria
Que tu vinhas a suar
Que eu te pedi um beijo
P’ra tua testa limpar
(Refrão)
Eu gosto de ti
de ti mais ninguém
Pois eu já pedi
hoje à tua mãe
Chegamos ao ponto
de nos entender
seremos amigos
sempre até morrer.
Lembro-me sim, Manuel
Lembro-me sim, muito bem
Ai eu não te pude dar
Por causa da minha mãe
mas se gostasses de mim
Que não gostas, eu bem vejo
Assim que eu te pedia
Tu davas-me logo um beijo.
(Refrão)
Eu gosto de ti
de ti mais ninguém
Pois eu já pedi
hoje à tua mãe
Chegamos ao ponto
de nos entender
seremos amigos
sempre até morrer.
#CancioneiroLocal
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz