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Postal de Arranhó N° 047: “Iluminação pública a querosone”

Graças as estas duas belas raparigas que quiseram tirar um retrato juntas, com a aldeia em fundo, ficamos com uma bela imagem da Arranhó de outros tempos, dos muros, e, uma curiosa imagem dum candeeiro de iluminação pública a querosene [1], muito antes da chegada da eletricidade a Arranhó em 1961.

Estas lindas meninas são a Zulmira Ferreira e sua irmã Maria Amélia, e a foto terá sido tirada no Outeiro, onde moravam.

Citamos a propósito deste tipo de iluminação um nosso conterrâneo que muito gostava da sua terra:
«Vamos recuar um pouco no tempo.

Eram candeeiros de forma cúbica, com quatro vidros laterais transparentes, uma cúpula superior em chapa o conjunto apoiado numa estrutura em ferro fixa à parede por postalete. Direi que tinham certa parecença com os candeeiros típicos de Alfama.

Em Arranhó haviam vários: à esquina norte das ruas de São Lourenço, e da República,; no final (nesse tempo) da rua % de Outubro; junto à Fonte Nova, etc.

À noite, ao lusco-fusco, o Francisco Moleiro ia acendê-los. Mais tarde este trabalho passou para o António Lourenço. No ano de 1950 ainda eram acendidos.

Estiveram vários anos votados ao abandono, acabando por serem arrancados. Só bastante mais tarde é que a povoação foi eletrificada.

Este candeeiros funcionavam a petróleo, para o que tinham o respetivo depósito e torcida. Todas as noites eram acendidos, e de manhã apagados.

Foram instalados entre 1900 e 1925. Esta iluminação era muito fraca, quase como se não existisse.» [2]

Um agradecimento especial `Maria Teresa Gonçalves pela amável partilha desta belíssima fotografia privada, pois só com estes gestos de partilha vamos conseguindo enriquecer a nossa memória comum.

Notas:
[1] O querosene, também designado por petróleo iluminante ou óleo de parafina, é um líquido resultante da destilação fracionada do petróleo, com temperatura de ebulição entre 150 e 290 graus Celsius, fração entre a gasolina e o óleo diesel.

[2] Retirado de: Lourenço, Carlos Alberto Alves | manuscrito dactilografado, Monografia da Freguesia de Arranhó, 1976.

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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz