As tarefas domésticas sempre apresentaram dificuldades e incómodos às donas de casa em Arranhó, e a tarefa de passar a ferro era certamente uma delas.
A eletricidade pública só chegou a Arranhó em 1962, e levou depois mais algum tempo até finalmente entrar nos lares arranhoenses. Por essa razão, era normal encontrarmos em cada casa um dispositivo como o da foto: um ferro de engomar a brasas.
O modo de funcionamento do ferro era algo intuitivo: destravava-se o fecho existente na tampa superior que se levantava; colocavam-se no seu interior brasas que, entretanto, sobravam do braseiro onde se preparava a comida, usando para o efeito uma tenaz; depois voltava a fechar-se a tampa, aguardava-se que o ferro aquecesse, e, podia-se iniciar o trabalho.
Podemos imaginar que a tarefa de passar a ferro era então penosa, quer pelo calor, quer pelo fumo, quer pelo cheiro. As mulheres tinham ainda que procurar controlar o calor e o fumo para não haver contaminação com a roupa.
O vestuário mais comum era em fazenda, algodão, flanela, cotim, e, chita.
Para passar a roupa era muitas vezes usada a pedra do poial (“pial”), isto é, a bancada armário de apoio existente nas cozinhas arranhoenses.
É possível ver e ficar com uma ideia do vestuário de trabalho e domingueiro de então, assistindo a uma atuação de folclore, por exemplo do Rancho Podas e Vindimas de Arruda dos Vinhos, ou do Grupo de Danças e Cantares de Sobral de Monte Agraço, Seramena.
Um agradecimento à Zulmira Ferreira que, ao partilhar generosamente a foto, nos permitiu preparar o postal.
#UsosCostumes
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz