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Postal de Arranhó N° 029: “Estudo sobre o associativismo em Arranhó XI”

Na sequência da Exposição sobre o tema no salão do URDA nos anos 80, [1] vamos apresentar de forma faseada este Estudo mais atualizando da história das dinâmicas associativas em Arranhó. [2]

Esta dinâmica dos passeios foi uma enorme novidade para a época que se vivia. Havia claramente na mente dos organizadores, designadamente do Francisco Soares da Encarnação, a vontade de abrir horizontes e dar a conhecer outras realidades de Portugal.

– Um Passeio ao Centro e Norte do País
Outro passeio mais arrojado e que teve um enorme sucesso, e envolveu muito mais preparação logística, foi um passeio de dois dias em 8 e 9 de Agosto de 1954.

Havia claramente na mente dos organizadores, designadamente do Francisco Soares da Encarnação, a vontade de abrir horizontes e dar a conhecer outras realidades de Portugal.

Este belíssimo passeio levou os arranhoenses até ao Castelo de Guimarães, ao Bom Jesus de Braga, passando por Coimbra, Espinho, Porto, Aveiro e Figueira da Foz.

Os excursionistas adoraram a iniciativa tendo guardado para sempre gratas recordações e fotografias daqueles momentos de saudável união, entreajuda e convívio familiar.

Com muita criatividade e boa vontade o C.D.A. vai consolidando a sua posição na vida arranhoense, embora claro com várias crises por falta de meios e de dinheiro.

A sua sede é várias vezes mudada; por falta de instalações próprias vai promovendo os seus bailes e almoços nas garagens e armazéns cedidos por associados. Mas consegue ir renovando as suas equipas directivas.

As fotos que apresentamos evidenciam a adesão dos adultos que foram em família, o que é particularmente significativa.

6 – As Dificuldades Económicas Associativas
Na década de 50 Portugal começou com sérias dificuldades económicas em consequência do pós-guerra com os racionamentos de produtos alimentícios, e, mesmo quando o Governo adotado uma política de investimentos, no campo a vida continuava muito pobre, o dinheiro muito pouco.

    Face às dificuldades económicas, apesar da existência de muita vontade de fazer coisas e do dinamismo, os dirigentes associativos das duas agremiações SURA e CDA chegaram a colocar nesta época a hipótese duma fusão.

    Imediatamente antes de entrar num período de inatividade onde, como foi registado em ata: “os assuntos a tratar serem muitos e embaraçosos”, a S.U.R.A. debateu dois temas muito significativos: construir uma sede em edifício próprio, e, a fusão com o C.D.A.

    Devemos recordar que em 1952 a S.U.R.A. continuava na casa arrendada do Manuel Lourenço D’Além por uma mensalidade de 60 escudos.

    Por essa razão em reunião de Direção encarou-se a hipótese de construir uma sede nos Murtais, chegando os diretores da altura a quotizar-se entre si, e o tesoureiro a oferecer o terreno para a construção.

    O assunto, nada pacífico, passou para uma Comissão que estudou três alternativas: um terreno no Serrado da Gageira, um terreno do Manuel Ferreira Morgado, e outro do Manuel Sousa. O assunto acabou por não ter sequência, porque não foi conseguido mais do que metade da importância necessária, isto é, dos 18’000 escudos necessários, só se apuraram 9’995 escudos.

    O assunto não se ficou por aí, e, em 1954, mais precisamente em 30 de Setembro foi registado ao fechar da ata da SURA um facto que mais tarde assumiu grande expressão, isto é, «não havendo nada mais a tratar a não ser uma pretensão do grupo de footebol que pretendem a fusão com a nossa coletividade (…) que nos encontramos de acordo»… [17]

    Como sabemos este assunto só seria retomado com convicção vinte anos mais tarde!

    Notas;
    [1] Luiz, José M. Ferreira | Guião da Exposição 60 Anos de Vida Associativa Organizada | manuscrito dactilografado | Arranhó, 1989.
    [2] Luiz, José M. Ferreira | Estudo Sobre o Associativismo em Arranhó | original, 2023.
    [17] Livro de Atas da Direção da Sociedade União Recreativa Arranhoense.

    #HistóriaLocal

    © Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz