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Postal de Arranhó N° 009: “Pintos” e “Padeiros” em Arranhó

Arranhó foi acolhendo ao longo da sua existência homens e mulheres vindos de outros lugares, por vezes de bem longe, que ali se casaram e fizeram a sua morada. Com a licença prévia do meu amigo António Manuel Vale Pinto, integro aqui num Postal, uma sua interessante memória datada de 30 de Novembro de 2022 com o título acima.

«Apesar de o apelido ‘Pinto’ estar muito divulgado em todos os países lusófonos, há muito tempo que me interrogava sobre o aparecimento do nome ‘Pinto’ aqui em Arranhó, e isso levou-me a fazer uma busca nos livros de registos paroquiais de Arranhó e também de Bucelas, donde provém a linha que me diz respeito até ao ano de 1706.

O primeiro ‘Pinto’ a residir em Arranhó foi JOÃO FERREIRA PINTO, nasceu em 1854, era natural de Bucelas e filho de Agostinho Ferreira Pinto e de Margarida Maria da Encarnação (ele de Bucelas e ela de Casainhos) e foi padeiro. Também era conhecido por ‘João Padeiro’ e ‘Padeiro Velho’. Ao ser interpelado com mexericos (ouvi aos mais antigos), costumava dizer: ‘Isso não é comigo. É com eles e com elas. Eu até sou de Bucelas!’

Quando casou, em 1884, com Joaquina Doroteia Soares (n. 1859, f. 1906) natural de Arranhó e filha de Francisco Soares e Doroteia Joaquina, já residia em Arranhó de Cima e deve ter sido ele que montou a padaria e deu origem à alcunha de ‘padeiros’ aos seus descendentes que estiveram diretamente ligados àquela padaria. Em 1987 o edifício foi adquirido pela Junta de Freguesia, demolido e deu lugar a um novo onde funciona o Centro de Saúde.

Deste casamento nasceram 7 filhos: a Maria do Espírito Santo (‘Maria Padeira’) que casou com Custódio Carreira (o do moinho…) e foi mãe da Elvira, da Joaquina e do Custódio; a Gertrudes, mãe de António Pinto d’Assis (filho ilegítimo de António Francisco d’Assis); o Agostinho (?); o António (?) gémeo do Francisco que, por sua vez, casou com Maria Gertrudes e foi pai da Beatriz, da Maria, do José e da Clotilde; o ANTÓNIO (‘António Padeiro’); e o João, que emigrou para a América.

O João Ferreira Pinto ficou viúvo em 1906 e voltou a casar, em 1909, com Maria Paulina Mateus (‘Maria da Eira’) que já tinha duas filhas: a Francisca e a Silvina. Deste casamento nasceram: o Armando Mateus Pinto (que foi para a Lourinhã); o José Mateus Pinto, pai da Cremilde, e a Hermínia Mateus Pinto que casou com o Alfredo Padre e foi mãe da Maria Amélia.

O ‘António Padeiro’, de seu nome completo ANTÓNIO SOARES PINTO, nasceu em 1891 e casou, em 1915, com MARIANA DA LUZ FÉLIX, natural da Serra de Alrote (ambos na fotografia). Deste casamento nasceram: o Miguel, a Angelina, o João, a Helena, a Joaquina, o António, o ARMANDO, a Natália e o Vasco. Todos eles foram ‘padeiros’. O ‘António Padeiro’ faleceu em 1951 e a sua esposa em 1974.

O Miguel casou com Laurinda da Piedade Machado e não teve filhos; a Angelina casou com o Mário e também não teve filhos; o João casou com Maria Serrano Filipe e foi pai da Maria Angelina e da Margarida; a Helena morreu jovem e solteira; a Joaquina casou com José Ferreira Lourenço e foi mãe da Maria Odete; o António casou com Maria da Conceição e foi pai da Maria José; o ARMANDO (‘Polícia’) casou com a Margarida e foi pai do António Manuel, do Custódio, do Armando do Carmo (falecido em 2000) e do Luís Filipe (‘Pepe’); a Natália casou com o Gabriel e foi mãe do José; o Vasco (‘padeiro’ de verdade) casou com Carolina Teixeira e foi pai da Susete, da Ana Maria e da Dulce, e, em segundo casamento com Augusta Maria, foi pai do Vasco.

O meu pai ARMANDO FÉLIX PINTO nasceu em 6-3-1931 e casou, em 1951, com Margarida da Conceição Gaio do Vale que nasceu em 19-11-1931. Já faleceram ambos, ele em 2004 e ela em 1986, assim como todos os meus tios ‘padeiros’ com exceção das tias por afinidade Carolina Teixeira e Augusta Maria.

Assim se espalharam, e continuam a espalhar, os ‘Pintos’ por terras de Arranhó e não só.»

#FamíliaDeFamílias

© DIREITOS RESERVADOS, Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz