Um dos segredos dos momentos inesquecíveis que se viveram na Arranhó dos anos 70 e até meados dos anos 80, foi o sonho e a ambição duma vida coletiva melhor.
Os laços de família e de vizinhança na então aldeia ainda eram sólidos, e por essa razão foi possível acontecer tanta união e trabalho em conjunto, para fazer acontecer o progresso e prosperidade que então ocorreram.
Esta nossa foto histórica da Orquestra Os Bem Entendidos a tocar na ‘Grande Festa do Outubro’ em 1978, numa sala ainda com os tijolos à vista, e o palco decorado com mantas espanholas e faixas pintadas, para realizar fundos para ajudar na construção em curso do novo edifício sede da Sociedade União Recreativa Arranhoense (SURA), é bem simbólica do ambiente de união e solidariedade que então se viveu em Arranhó.
Entretanto, começaram a dissolver-se os laços de família e de vizinhança, e, o individualismo e a competição crescentes, obscureceram o sonho e a ambição coletiva, fazendo Arranhó conhecer o declínio e uma depressiva travessia do deserto.
Com estes postais desejamos apresentar as memórias, nossas ou daqueles e daquelas com quem temos conversado ao longo dos anos, porque acreditamos convictamente que é possível voltar a tornar Arranhó uma terra feliz, sobretudo se entretanto houver a sabedoria de reavivar a história comum, os laços familiares, o apreço e reconhecimento mútuos, e desse modo recuperar o sonho e a ambição duma Arranhó mais moderna e com qualidade de vida.
O rico passado de Arranhó dá-nos a confiança de acreditar que o sonho coletivo poderá mobilizar de novo as gerações atuais, como inúmeras vezes aconteceu na sua história.
© DIREITOS RESERVADOS, Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz