Já sublinhamos noutros postais que noutros tempos a fotografia era uma atividade rara, e por isso as raparigas adoravam a chegada da festa da Ajuda, e com ela a vinda do retratista ou fotógrafo, com o seu aparato característico: um cenário de fundo, a sua máquina caixote com tripé, etc.
Normalmente, ele tirava o retrato, e depois as pessoas aguardavam, enquanto ele se afadigava a revelar manualmente a foto dentro do próprio caixote, onde tinha as tinas com o revelador e o fixador. Depois lavava no exterior e punha a secar. Era comum ser usado para os retratos, o espaço atrás da capela.
Nesta bela recordação juntamos o testemunho da Maria Teresa Gonçalves: «Estas meninas tão lindas são da esquerda para a direita a Natália Padeiro, a Clotilde Pinto, a seguir não conheço, a Maria Frade, a Arminda Raimundo Lopes, a minha querida mãe Maria Amélia Carreira Ferreira, sentada á frente a Elvira Frade.»
É também preciosa a anotação manuscrita no verso: «pertence a Maria Amélia Carreira Ferreira, foi tirado em Nossa Senhora da Ajuda em 9 de Setembro de 1947 aos 16 anos»… uma delícia.
Reparai também, que a foto apresenta as imperfeições próprias daquele processo de revelação algo precário, embora tecnicamente perfeita. O formato neste caso era o postal 140x90mm.
#FamíliaDeFamílias
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz