Pular para o conteúdo Pular para a barra lateral do Vá para o rodapé

Postal de Arranhó N° 254: As camionetas de Carreira

Memórias da mobilidade arranhoense

Durante muitos anos tivemos uma empresa de transporte de passageiros que nos unia a Arruda e Torres Vedras, e assegurava as ligações da aldeia de Arranhó à capital, eram como então se dizia as camionetas de carreira da Bucelense.

Recordamos como eram muito divertidas e marcantes as Viagens de Lisboa a Arranhó.
No nosso caso apanhávamos a camioneta no jardim do Campo Grande, iniciando uma aventura de muitas sensações vividas.
Por exemplo, logo ao final do Campo Grande, quando a camionete entrava na Alameda das Linhas de Torres já sentiamos que deixávamos a cidade e os seus prédios, iniciando-se uma paisagem de quintas e azinhagas, e de pequenos lugares como o Lumiar, a Calçada da Carriche. Por alturas do Olival Basto deparávamo-nos com a vasta planície rural de hortas e olivais, uma paisagem de província. Depois, iam-se sucedendo ao longo da estrada nacional EN8 os lugares, as grandes quintas e os chafarizes, a Póvoa de Santo Adrião, a Flamenga, até Loures. No cruzamento do posto da Polícia de Trânsito em Loures, a camioneta tomava a estrada EN115 e a paisagem saloia acompanhava o ritmo das paragens nos vários lugares, Fanqueiro, Santo Antão do Tojal, São Julião do Tojal, até chegarmos a Bucelas.

A partir de Bucelas, na presença do rio Trancão, sentíamos a proximidade do nosso destino final: a Bemposta, as curvas da estrada, Vila Nova, até que entre as curvas passávamos junto da Serra de Alrota, víamos as Juntas do Rio, e, na altura da Fonte Cepa, nos surgia no horizonte aquela bonita aldeia presépio: Arranhó.

Acrescentamos a memória que a Fátima Torres partilhou connosco a propósito: «Nunca esquecerei as minhas viagens na Bucelense de Lisboa para a Arranhó. Recordo a senhora que vendia bananas numa cesta, ao pé da garagem onde saía a camioneta. Ficava numa rua apertada e curva ao lado do chafariz da Rua da Palma. Saía pontual, carregada de gente, de bagagens e encomendas que iam descarregando pelo caminho. Ao tempo era uma Viagem. A passagem diária e plural das camionetas funcionava de relógio pelas aldeias que cruzava.».

#MobilidadeArranhoense

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz

Deixe um comentário