Cada foto que aqui apresentamos tem uma história própria, representa memórias e sentimentos privados, que precisamos aprender a reconhecer e apreciar. A nossa memória comum constrói-se com informações e factos, não só as que vivenciamos mas também outros ocorridos antes de nós.
Neste caso gostaríamos de sublinhar tratar-se esta foto duma preciosidade, porque nos revela como era o largo central de Arranhó numa fase inicial das obras de transição que ali ocorreram.
Na transição dos anos 70 para os anos 80, foram emanilhadas as águas pluviais provenientes do caneiro do Vale, e as do Espargal que alimentavam o “Rio das Mulheres”, assim como foi emanilhado todo o caneiro da ribeira que conduzia as águas até ao rio da Silveira.
Depois disso, foram aterradas as courelas existentes na zona do Largo, assim como toda a ribeira, daí resultando as atuais Rua do URDA e a Rua António Raimundo dos Reis. Os grandes aterros foram na ocasião cobertos com uma camada de alcatrão.
Como se pode constatar o espaço não estava bonito de ver, mas na época a prioridade era proporcionar o acesso ao edifício em construção da nova sede da Sociedade União Recreativa Arranhoense.
O largo nesta altura ainda não tinha sido objeto de nenhum projeto urbanístico, e era apenas usado como parque de estacionamento desordenado.
Curiosamente, ainda é possível vislumbrar à esquerda o antigo Lavadouro (o “rio das mulheres”) e, ao centro, os restos do imponente e velho Choupo, o icónico lugar de encontro e convívio dos homens ao domingo.
É natural que muitos de vós nunca tenham visto como era aquele espaço público antes de receber o belo arranjo urbanístico que hoje se pode apreciar.
#HistóriaLocal
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz