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Postal de Arranhó N° 361: ESTUDO SOBRE O ASSOCIATIVISMO EM ARRANHÓ XXII

Na sequência da Exposição sobre o tema no salão do URDA nos anos 80, [1] continuamos a apresentar de forma faseada este Estudo que vem actualizar a nossa anterior história das dinâmicas associativas em Arranhó. [2]

11 – A SURA e o Regresso dos Bem Entendidos

Em Junho de 1974 começaram as obras de construção do novo edifício sede da SURA.
Na sequência do dia 25 de Abril de 1974, o entusiasmo e a solidariedade reinantes no País também se fizeram sentir em Arranhó e todos queriam fazer parte desta dinâmica pelo progresso e prosperidade da sua terra.

A jornadas de trabalho voluntário, e os patrocínios diversos, permitiram encher a primeira placa do edifício nos finais de 1974, criando as condições mínimas para a Direção da Sura realizar bailes e almoços de angariação de fundos para a construção do edifício-sede.

É neste contexto que em 1975, o José Raimundo Luis, o Domingos Munhoz Frade e o Àlvaro Assis Lourenço, se juntam para procurar levar por diante um seu projecto – fazer reaparecer a orquestra Os Bem Entendidos e desse modo ajudarem graciosamente a Sociedade a seguir em frente com as obras do edifício-sede.

Foram convidar o seu antigo Mestre e grande amigo da terra, o sr. Mário Martins ao Paço do Lumiar. Outros contactos foram estabelecidos, e a ideia ganhou rapidamente forma. A pouco e pouco, à velha sede da SURA vão chegando novas caras para aprender o solfejo e ensaiar em conjunto.

As despesas eram suportadas pelos próprios, incluindo a aquisição dos instrumentos, e o transporte de ida e volta do Mestre, era assegurada por um deles.

O Carnaval de 1976 foi a data escolhida para reaparecer em público, depois de 23 anos de ausência. Desta vez a farda escolhida será um casaco azul, calça creme e camisola branca.

Do programa constava a concentração dos elementos da Orquestra e do Povo junto da velha sede da SURA, seguida de desfile até ao novo edifício-sede da SURA. A exemplo de outros tempos irão percorrer as principais ruas de Arranhó, Ajuda, Quinta do Paço e Outão.

E à noite foi o baile com:
Luis Raimundo dos Reis – bateria
Francisco Lourenço Pulga – bateria
Domingos Munhoz Frade – saxofone alto
Álvaro Assis Lourenço – saxofone alto
Joaquim José Além – saxofone alto
António Raimundo dos Reis – saxofone tenor e vocalista
José Rodrigues Gonçalves – saxofone soprano
José Raimundo Luis – trompete
António Raimundo Lourenço – trompete
Joaquim da Conceição Luis – clarinete
António Raimundo Assis – órgão


Foi um sucesso total. A adesão da população foi fantástica, marchas, passo-dobles e viras fazem pular novos e velhos, encantados com o maravilhoso ambiente musical e a bonita voz do António Reis.

Os bailes naqueles tempos eram muito concorridos, as famílias acorriam com agrado pois era muito apreciado o convívio entre todos, e todos mais velhos e mais novos gostavam de dar os seus passos de dança. O Baile era naturalmente uma ocasião excelente para a Direcção recolher fundos junto dos sócios, amigos, e, visitantes.

A foto mostra a Orquestra Os Bem Entendidos a abrilhantar o baile, e pode-se constatar que a parede de fundo do palco improvisado ainda tem os tijolos à vista, e foi decorada com a bandeira da SURA e alguns panos.

Notas;
[1] Luiz, José M. Ferreira | Guião da Exposição 60 Anos de Vida Associativa Organizada | manuscrito dactilografado | Arranhó, 1989.
[2] Luiz, José M. Ferreira | Estudo Sobre o Associativismo em Arranhó | original, 2023.

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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz