Esta foto de 1989 é muito significativa, porque nos recorda uma época em que os actores políticos arranhoenses e arrudenses se mostravam unidos e com genuína vontade em desenvolver Arranhó, e desse modo valorizar o concelho de Arruda dos Vinhos.
Pode constatar-se a forte presença e a satisfação de notáveis representantes dos maiores partidos politicos em Arranhó e no concelho, a participarem num momento de celebração arranhoense.
Arranhó acabou por beneficiar imenso na época deste clima positivo, onde o empenho reivindicativo arranhoense era bem acolhido na Autarquia, o que proporcionou de facto uma fase inédita de progresso e prosperidade na freguesia.
Recordamos que a legislação exigia o cumprimento de vários critérios “indicativos de uma actividade cívica e cultural regular e atividade económica local relevante nos sectores primário, secundário e terciário”.
Não foi nada fácil realizar a candidatura uma vez que também, era preciso demonstrar que existiriam em Arranhó pelo menos dois terços das seguintes instituições e equipamentos colectivos:
a) Serviços públicos da administração central ou local prestados presencialmente com caráter permanente à população;
b) Centro de saúde;
c) Farmácia;
d) Respostas sociais, designadamente à infância, a idosos e a pessoas com deficiência;
e) Estabelecimento de ensino básico ou secundário;
f) Associações culturais ou recreativas historicamente enraizadas;
g) Pavilhão desportivo ou equipamento de desportos coletivos de prática informal;
h) Estabelecimento de prestação de serviços postais;
i) Agência bancária;
j) Estabelecimentos de restauração ou empreendimentos turísticos;
k) Parques ou jardins públicos de utilização pública;
i) Património cultural classificado de interesse municipal, público ou nacional.
Ainda hoje podemos constatar que não terá sido tarefa fácil preparar na altura uma candidatura; mas os anos 70 e 80 foram realmente muito dinâmicos, onde prevaleciam o sonho e os ideais pelo bem comum, e, a população liderada pelos seus mais capazes, mantiveram-se unidos para conseguir criar as condições para elevar Arranhó a vila.
O sonho era então tornar Arranhó mais próspera e progressiva, e muitos passos ocorreram então; na entrada do segundo milénio viveu-se entretanto uma crise e estagnação que perdura e tarda em se alterar.
Notas: A elevação da povoação de Arranhó à categoria de vila, foi aprovada no Parlamento em 4 de Junho de 1997, através da Lei Nº 64/97, publicada em Diário da República, I Série A, Nº159 de 12 de Julho de 1997, pgs 3451. Era presidente da Assembleia da República António de Almeida Santos, promulgada pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, e referendada pelo então primeiro-ministro António Guterres.
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz