A Orquestra Os Bem Entendidos de Arranhó, tinha um reportório musical que lhe permitia colaborar em eventos cívicos diferenciados, fosse num evento oficial, numa procissão, ou num baile.
Recordamos hoje um tema muito apreciado nos bailes dos Bem Entendidos, cantado pelo seu reputado vocalista o António Raimundo dos Reis. Chama-se ‘O Rapaz da Camisola Verde’. [1]
Os membros da Orquestra gostavam de escolher temas de sucesso ajustados à sua composição, e o incansável Mestre Mário Martins escrevia e adaptava as músicas escolhidas para poderem ser tocada pelo grupo. Neste caso o Mestre optou por um estilo ‘fado-fox’.
Tornou-se logo um dos emblemáticos e indispensáveis números tocados nos bailes, que muitos dançaram e não mais esqueceram.
Recordamos aqui a letra, para evocar a memória do António Raimundo dos Reis que tão bem a cantava e encantava: [1]
O RAPAZ DE CAMISOLA VERDE
De mãos nos bolso e de olhar distante
Jeito de marinheiro ou de soldado
Era um rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Perguntei-lhe quem era e ele disse
Sou do monte, senhor, e um seu criado
Pobre rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Porque me assaltam turvos pensamentos?
Na minha frente estava um condenado
Vai-te rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Ouvindo-me, quedou-se altivo o moço
Indiferente à raiva do meu brado
E ali ficou de camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Soube depois ali que se perdera
Esse que só eu pudera ter salvado
Ai do rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Ai do rapaz da camisola verde
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Negra madeixa ao vento, boina maruja ao lado
Notas:
[1] o poema original é de Pedro Homem de Mello, e saiu em disco vinyl EP 45rpm cantado por Frei Hermano da Câmara, em 1969.
Foi igualmente cantado, em versões próprias, por Amália Rodrigues, José Cid, Sérgio Godinho e António Zambujo.
#PatrimónioMusical
© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz