Em Arranhó, até aos anos 70, a preparação dum casamento não se dispersava em futilidades, as famílias focavam-se no essencial, procuravam antecipar o momento do matrimónio poupando e adquirindo os bens que sabiam vir a fazer falta aos jovens casais, como por exemplo os utensílios de cozinha, as roupas de cama, louça, etc.
As moças, acompanhadas pelas suas mães, avós, e tias, iam procurando dentro das suas posses acumular o que então se chamava de enxoval. Era um projecto de vida que se iniciava ainda antes da rapariga namorar, pois as coisas custavam dinheiro e era preciso ir adquirindo, ou fazendo, conforme era possível. Lençóis, cobertores, toalhas, bordados, tudo ia sendo guardado carinhosamente numa arca, até chegar o momento.
Era muito frequente os jovens casais ficarem a morar em casas da família, ou construídas para o efeito pelos seus pais. Os móveis a princípio eram mesmo os básicos, mais tarde começou a haver a possibilidade de adquirir mobílias completas.
E como se vê neste bonito retrato o foco estava centrado num forte apoio amoroso familiar dos jovens noivos, para os ajudar no desafio de virem a constituir novas famílias.
Neste caso, a noiva era a Zulmira Carreira Ferreira que tirou o retrato à porta de casa de seus pais. Da esquerda para a direita vemos a sua sobrinha Maria Teresa Ferreira Lourenço Gonçalves, o seu pai Manuel Morgado, a noiva, a sua mãe Elvira Pinto, e à frente os seus sobrinhos Firmo Ferreira e Maria Fernanda Ferreira, e a sua irmã Maria Amélia Carreira Ferreira.
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz