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Postal de Arranhó N° 279: Um fiozinho d’água pura logo brotou

Memórias da Festa Anual

Quando estávamos a rever em família o nosso arquivo, deparamo-nos com uma bonita pagela da Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda, reeditada de 1991, onde se apresenta este lindo e inspirado texto poético:

«Na orla da serra ventosa
Os pastorinhos andavam,
Seus rebanhos, guardando
Sequiosos, os anhos procuravam
A fresca erva viçosa

Secaram os poços da serra!
E os agrestes carreirinhos
Negavam o húmus da terra
Humildemente os pastorinhos,
Orando, imploravam com amor:
Rainha do Céu, fazei brotar
Alguma gotinha do fresco licor!

Descendo do Céu, uma Senhora, misto de
Aura e luz, os animou…

A terra, com o salto da bota, tocou…
Junto dos pastorinhos, a chilrear,
Um fiozinho d’água pura, logo brotou!
Desde esse dia, naquele Santo lugar,
A nascente nunca mais secou!»

Este é um texto muito precioso. Talvez poucos saibam, mas a autora desta linda poesia é uma notável nossa conterrânea: a Maria Manuela Raimundo Lourenço Marques da Silva. Era filha da Maria da Piedade Raimundo Lourenço e do Joaquim Maria Lourenço.

Era minha prima, porque a tia Maria era irmã da minha avó paterna Francisca da Piedade da Silva Raimundo.
Grande amiga da sua família e das suas raízes arranhoenses, a prima Nélinha era muito estimada em Arranhó. Professora do ensino secundário em Lisboa, era irmã do também conhecido e saudoso professor José Lourenço.
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Notas:
Um agradecimento especial pela amável cedência desta belíssima fotografia privada, pois só com estes gestos de partilha podemos enriquecer e preservar a nossa memória comum.

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz