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Postal de Arranhó N° 352: No bolso das calças dum saloio

Das minhas memórias de criança ficaram pormenores curiosos de hábitos muito comuns da aldeia de Arranhó, que eu não encontrava na capital.
Um deles, tinha a ver com o que nunca faltava no bolso das calças dum arranhoense: um lenço, e uma navalhita [1]  ou canivete [2] .

Nos dias de hoje ainda seria mais estranho, face à mudança de mentalidades, mas até ao início dos anos 70 do século XX, era um hábito comum ou banal.

A navalha era essencial para gestos quotidianos como cortar ou descascar uma peça de fruta, para cortar nacos de pão caseiro ou duma chouriça na hora da refeição, e, para outros usos práticos. O lenço de algodão servia ao saloio para se assoar, para enxugar o suor, ou, limpar a navalha.
Eram duas peças indispensáveis, sem as quais o saloio se sentia nú.

Quando um adolescente tinha autorização dos pais para ter uma navalha, isso era um sinal social ee reconhecimento de maturidade. suficiente no seu uso.

Entretanto esse hábito sofreu uma profunda alteração e foi abandonado.

Notas:
[1] A navalha é um instrumento cortante que dispõe de um cabo com uma fenda longitudinal em que se pode resguardar a lâmina
[2] Canivete é uma navalha mais pequena

#UsosCostumes

© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz