Durante décadas os arranhoenses abasteciam-se de água potável para as suas necessidades domésticas em poços particulares, ou, em fontes públicas.
Entre os novos pontos de abastecimento na aldeia de Arranhó veio a ser construída a chamada Fonte da Escola.
Hoje, ao passar por ela muitos já não lhe dão importância porque estamos hoje habituados ao conforto de abrir a torneira do duche ou do lavatório em nossas casas e termos água potável em abundância.
Mas é bom recordar que não foi sempre assim. Até aos anos 70, as pessoas tinham de de se deslocar de suas casas para ir buscar a água que precisavam às fontes públicas disponíveis na aldeia, usando para o efeito uma bilha ou cântaro.
E pode o leitor imaginar um pouco o desconforto que representava a distância e nas limitações criadas por esta situação na vida diária das famílias.
Quando foi construída, em 1937, foi um grande progresso para as famílias que moravam nesta zona mais elevada da aldeia, nas proximidades da Igreja paroquial. Passaram então a dispor de água muito mais perto.
A fonte de abastecimento deste fontanário foi a chamada “água do Janeiro”. De acordo com Carlos Lourenço. « os nascentes são quase à superfície, a canalização que vem do Janeiro, tem respirador nas Terças e no Caminho das Eiras. Do depósito próximo do campo da Bola é feita a distribuição para as seguintes bicas, construídas na mesma altura: Fonte Nova (junto *A Casa da Junta); Fonte da Escola; Fonte da Rua da República, também conhecida por Fonte do Zé Lopes, por ser a casa que lhe ficava perto. A escola da rua do Espargal recebe diretamente de um ramal antes de chegarem ao depósito.»
Com este postal esperamos incentivar entre os arranhoenses o gosto pelo património local e pela preservação e valorização das antigas fontes do núcleo urbano de Arranhó (Arranhó, Ajuda, Quinta do Paço e Arranhó de Baixo). Constituem um belo património natural com muita história.
Só se pode preservar o que se conhece.
Notas:
[1] LOURENÇO, Carlos Alberto Alves | Monografia da Freguesia de Arranhó | manuscrito dactilografado | 1976.
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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz