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Postal de Arranhó N° 055: “A malha ou chinquilho”

Noutros tempos haviam jogos muito populares em Arranhó, que serviam de diversão e convívio entre os homens, sobretudo ao Domingo, ou após a jornada de trabalho quando os dias são maiores. Um desses jogos era o chamado jogo da malha ou do chinquilho.

Parece que um dos “barras” neste jogo era o Zé da Maria do Vicente.

Dois dos locais mais populares eram próximos da taberna do “Manjor” (Manuel Mateus), um ficava na plataforma elevada de terreno que ainda hoje existe junto da sua casa, para a qual se subia por uns degraus toscos em terra, e, o outro local, ficava do outro lado da estrada, para o qual se descia por um carreiro de terra, ao lado da oficina do Francisco Brincatudo, e ficava localizado próximo da actual entrada da casa da Maria Eugénia Luís Serralheiro Jerónimo.

O chinquilho é um jogo com regras simples e muito acessível.

Havia dois lados, chamados de cabeceiras, e em cada uma das cabeceiras é colocado um pau com forma mais ou menos cilíndrica, popularmente conhecido por “meco” ou “bicho”. Os jogadores colocavam-se numa das cabeceiras, e o objetivo de cada jogador era lançar a malha (um disco metálico) de modo a derrubar o “meco” da cabeceira oposta. Mesmo que não se conseguisse derrubar o “meco”, pontuava a equipa cuja malha mais se aproximava dele.

Contavam-se muitas histórias à volta deste jogo popular. Recordamos aqui esta: «Era o passatempo da rapaziada e dos homens. Acabou nos primeiros anos da década de cinquenta. As malhas eram de ferro e os bichos em número de dois, um pedaço de pau com um palmo de comprido.

Haviam dois locais resguardados a este divertimento, frente às casas do Rato ou seja na Rua da República, junto à travessa do mesmo nome, e, frente às casas do Manjor, logo abaixo do largo.

Certa vez, o Joaquim de Além, ainda novato, fez uma aposta com o padre: quem perdesse levava o outro às cavalitas. Malha para cá, malha para lá e o padre perdeu mesmo. O pagode desatou a rir e o Joaquim de Além não chegou a montar às cavalitas do padre.»[1]

[1] Retirado de: Lourenço, Carlos Alberto Alves | manuscrito dactilografado, Monografia da Freguesia de Arranhó, 1976.

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© Direitos Reservados, Reprodução Proibida | Arranhó Memória e Gratidão, compilação e foto de José M. Ferreira Luiz