Neste conjunto de postais procuramos dar a conhecer o que de melhor há a redescobrir na freguesia de Arranhó e nos arranhoenses que tem características muito próprias.
Hoje apresentamos um texto muito bonito da autoria de Francisco Soares da Encarnação, meu saudoso tio, que mo ofereceu para publicação no Boletim de Informação e Cultura FPA, II série, Nº 8 de Outubro de 1985.
Minha Terra, Minha Gente
«Terra sulcada de vales
penedias, vinhedos, mato agreste
solo compacto – duro no trato
de artes e ofícios que se relembram
almocreves, carroças, negócios antigos
sapateiros e campesinos
venda de tecidos que o povo veste.
Gente que trabalha na mudança
e de vida que traz perigos,
ordeira e franca quanto penso
e no árduo trabalho d’uma semana
espera a protecção de São Lourenço.
E porque a sua dinâmica assim o quis
no progresso, no esforço e na dor
que têm espalhado nas estradas do País
pelo desenvolvimento e uma vida melhor
pelos seus, pela terra,
– Pois não estão só!
Salvé ó povo que olho de frente!
Salvé ó meus amigos, minha gente!
Salvé ó minha terra – Arranhó!»
O meu tio Francisco Soares da Encarnação desempenhou várias atividades relevantes na sua terra, quer na vida associativa quer na atividade cultural com destaque para a dinamização do Teatro junto das novas gerações. Também deixou um relevante trabalho autárquico, estando ligado a um período muito rico de iniciativas e de obra na freguesia de Arranhó.
Notas:
A Folha Popular de Arranhó, foi um projeto ao qual estive ligado com o Zé Quim, o Zé Jorge, e a Quinita, com um 1ª série de 1975, que depois dei continuidade sozinho nos anos 80, com uma 2ª série.
#SaberesCancioneiro
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