Na sequência da Exposição sobre o tema no salão do URDA nos anos 80, [1] continuamos a apresentar de forma faseada este Estudo que vem actualizar a nossa anterior história das dinâmicas associativas em Arranhó. [2]
9 – Constituição da ‘Comissão Pro-Sede’
O folheto de apresentação do projecto da nova sede da SURA é ele próprio um notável exemplo da forma como alguns arranhoenses mais esclarecidos procuraram, com o apoio dos conterrâneos, organizar este grandioso projecto para o bem comum.
Na frente do folheto, como já referimos anteriormente, era apresentado numa bonita antevisão o alçado do edifício-sede assim como as inovadoras utilizações sociais e culturais previstas.
No verso do folheto era fundamentado o propósito da iniciativa e a equipa que assumia a responsabilidade e dava credibilidade ao projecto. Em 1971 era feito em Arranhó um prospecto que equivalia aos que se fazem hoje para financiar as empresas.
Vejamos pois em pormenor o conteúdo do verso do citado folheto.
Como título, em letras maiúsculas, dizia-se:
Subscrição para a Nova Sede da Sociedade União Recreativa Arranhoense.
Depois no corpo do texto seguia-se uma explicação clara dos objectivos:
«A Sociedade União Recreativa Arranhoense, pretendendo ampliar e intensificar as actividades sociais, o que só será viável mediante a construção de uma nova Seda, empreendimento que, aliás, mereceu a aprovação e a promessa de patrocínio por parte do Exmo. Senhor Governador Civil de Lisboa e , também tem merecido a maior atenção e boa vontafe do Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, vêm lançar um apêlo a todos os Arranhoenses no sentido de contribuirem (com dinheiro, materiais de construção, transportes, mão-de-obra, etc,) para a realização de tal obra, cuja utilidade social, cultural e moral é manifesta.»
É manifesto o cuidado na linguagem e na transparência colocados nesta apresentação pública formal. Na época era comum os mais instruídos entre pares serem chamados a cuidar destes promenores de modo conseguir com proveito a colaboração das Autoridades e de toda a população. Vivia então o País o final da chamada «Primavera Marcelista» um momento político que exigia particular sensibilidade e saber estar.
Finalmente eram identificados os nomes que davam credibilidade a uma então constituida para o efeito ‘Comissão Pro-Sede’:
António Lourenço Gonçalves Luis
António Luis de Além
António Manuel Machado Frade
António Raimundo Assis
António Raimundo Reis
Custódio Pinto Ferreira
Fernando Esteves Barros
Firmo Soares da Encarnação
Francisco da Encarnação Gonçalves
Francisco da Encarnação Luis
Francisco Lourenço Pulgas
Francisco dos Santos Pereira
Francisco Soares da Encarnação
Henrique da Silva Serra
Joaquim Assis Raimundo
Joaquim Piriquito Valente
Joaquim Raimundo Lopes
José Lopes
Jose Manuel Frade Pinto
José Luis Marques Pinhal
José da Luz Rodrigues
José Soares Pinto
Manuel Francisco Barroso
Manuel Raimundo Lopes
Manuel Luis Botelho Rodrigues.
Estes 25 nomes inesquecíveis assinaram este histórico folheto de Subscrição Pública para o edifício-sede da SURA. Mas a magnitude do sonho exigia muito trabalho e empenho, pelo que a recém formada ”Comissão Pro-Sede foi alargada e reforçada com mais elementos, cujos nomes devem igualmente ser preservados para a posteridade: [3]
António da Encarnação Luis
António Luis da Encarnação
Amaro Coelho dos Santos
Francisco Lourenço Carvalho
José Luis Lourenço
José António Patrício Teixeira
José Batista Fabião
Manuel Florindo da Eira
Natalino Justino Rodrigues
e ainda foram convidados, sinal duma grande vitalidade intergeracional vivida na altura, para integrar a Comissão Pro-Sede os seguintes então jovens arranhoenses:
José Fernando Assis Nascimento
António José dos Reis Pinhal
Augusto Fortunato dos Reis Periquito
Norberto Falé
António Raimundo Lourenço
José Manuel Assis Ferreira Mateus
Filipe Ernesto Pinto Soares
Evaristo Manuel Mateus Luis
António José Esteves Além
Fernando Manuel Gomes da Silva
Jorge Manuel Raimundo Ferreira
Esta numerosa equipa pôs mãos à obra tendo «como actividade principal a angariação de meios para a construção da nova sede, pelo que efectuou peditórios à porta nas diversas localidades da freguesia e contactou com os organismos oficiais, sob indicações do sr. Manuel António Raimundo.» [4]
Este glorioso momento da vida associativa arranhoense permitiu «em Junho de 1974 dar início à construção do edifício, uma vez reunidas condições mínimas para o arranque, pelo que o empenho, o esforço e a dedicação de todos começou a erguer a obra idealizada e necessária, onde cada um vê hoje parte da sua vida associativa e relembra o seu empenho e contributo pessoal nos trabalhos de edificação.» [5]
Notas;
[1] Luiz, José M. Ferreira | Guião da Exposição 60 Anos de Vida Associativa Organizada | manuscrito dactilografado | Arranhó, 1989.
[2] Luiz, José M. Ferreira | Estudo Sobre o Associativismo em Arranhó | original, 2023.
[3] Carvalho, Lino Manuel Firmino | URDA 20 Anos | Grifos Fotocomposição | 1996
[4] citado anterior
[5] citado anterior
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